LINNALDO BORGES

Quando a hanseníase se esconde sob dores misteriosas

Publicado em

Você sofre com dores crônicas, fadiga e sensibilidade aumentada? Foi diagnosticado com fibromialgia, mas sente que algo não se encaixa? Cuidado! Uma doença silenciosa e estigmatizada pode estar por trás dos seus sintomas: a hanseníase.

A hanseníase, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, afeta principalmente a pele e os nervos periféricos. O problema é que, em seus estágios iniciais, ela pode se manifestar com sintomas muito parecidos com os da fibromialgia, como:

 

* Dores musculares e nas articulações
* Fadiga e cansaço constante
* Formigamento e dormência nas mãos e pés
* Sensibilidade ao toque

 

A confusão acontece porque a hanseníase, em alguns casos, provoca reações inflamatórias que afetam os nervos e causam dores intensas, simulando a fibromialgia. Essa “máscara” da hanseníase pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento, levando a complicações sérias como deformidades e incapacidades físicas.

 

Mas como diferenciar a fibromialgia da hanseníase?

 

A chave está na avaliação médica detalhada. Além dos sintomas, o médico irá investigar:
* Lesões de pele: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas com perda de sensibilidade.
* Alterações neurológicas: fraqueza muscular, perda de força e dificuldade de coordenação.
* Histórico familiar: casos de hanseníase na família aumentam o risco.

Leia Também:  Resíduos sólidos e reciclagem em Mato Grosso

Exames que podem ajudar no diagnóstico

É importante destacar que os exames laboratoriais para hanseníase podem, em alguns casos, apresentar resultados falsos negativos, especialmente nos estágios iniciais da doença. Por isso, o exame físico realizado por um profissional experiente e o exame de ultrassom de nervos periféricos são fundamentais para o diagnóstico.

Exame de ultrassom de nervos periféricos

O exame de ultrassom de nervos periféricos permite visualizar os nervos em tempo real, identificando inflamações, espessamentos e outras alterações que podem indicar a presença da hanseníase. Associado a um exame físico detalhado, ele aumenta consideravelmente a precisão do diagnóstico, muitas vezes tornando desnecessária a confirmação por exames laboratoriais.

Especialistas

O Hansenólogo é o médico especialista no diagnóstico e tratamento da hanseníase. Ele possui o conhecimento e a experiência para identificar os sinais da doença e diferenciá-la de outras condições, como a fibromialgia.

Em regiões onde não há Hansenologia disponíveis, Infectologistas e Neurologistas podem realizar o diagnóstico e tratamento da hanseníase. No entanto, é fundamental que esses profissionais tenham experiência no manejo da doença, pois a hanseníase ainda é pouco vista na prática clínica em grande parte do Brasil, o que dificulta o seu reconhecimento.

Leia Também:  Quando a mudança é uma oportunidade

Atenção básica: uma aliada no diagnóstico

Em alguns estados e municípios, toda a equipe da atenção básica recebe treinamento específico para o diagnóstico da hanseníase. Isso permite que os pacientes sejam avaliados e encaminhados para tratamento dentro da própria unidade de saúde, facilitando o acesso e agilizando o processo.

É importante destacar que, em muitos casos, os médicos da atenção básica, devido ao treinamento recebido e à maior vivência com a doença, estão mais aptos a diagnosticar a hanseníase do que especialistas da rede privada que não possuem essa experiência.

Se você suspeita que seus sintomas podem ser causados pela hanseníase, procure um profissional de saúde com experiência em hanseníase, seja na atenção básica ou em serviços especializados. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e garantir a cura da doença.

Lembre-se: a hanseníase tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS. Não deixe que o medo e o preconceito atrasem o seu diagnóstico.

Dr. Linnaldo Borges é médico ultrassonografista

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Artigos

A Mensagem Longa Funciona?

Published

on

 

 

No universo das redes sociais, onde a atenção do público é um bem cada vez mais escasso, surge uma pergunta frequente entre profissionais de marketing, políticos e gestores de conteúdo: A mensagem longa funciona? A resposta é sim, mas com ressalvas importantes. Funciona quando o conteúdo é relevante.

 

O Conteúdo Relevante é o Rei

 

Em um mundo dominado por vídeos curtos e mensagens rápidas, como os do TikTok ou Reels do Instagram, pode parecer contraproducente investir em conteúdos longos. No entanto, a chave está na relevância. Um estudo realizado pela HubSpot em 2023 mostrou que, embora vídeos curtos tenham maior taxa de engajamento inicial, conteúdos longos (como vídeos de 10 a 15 minutos) geram maior retenção e conversão quando abordam temas profundos e de interesse específico do público.

 

Um exemplo internacional é o sucesso do canal Veritasium no YouTube, que explora temas científicos complexos em vídeos longos, muitas vezes ultrapassando 20 minutos. O canal possui milhões de visualizações e um engajamento altíssimo, provando que, quando o conteúdo é relevante, o público está disposto a dedicar seu tempo.

 

No Brasil, podemos citar o caso do Porta dos Fundos, que alterna entre esquetes curtas e vídeos mais longos, dependendo da complexidade do tema. Quando o assunto exige profundidade, como em críticas sociais ou políticas, os vídeos longos são tão bem recebidos quanto os curtos. Estive recente mente conversando com o oncologista Rogerio Leite que é líder nesse segmento no Youtube e o mesmo me confirmou que depois de muitas experimentações e testes hoje o que da mais conversão é o vídeo longo.

 

O Papel dos Algoritmos

 

Os algoritmos das redes sociais são frequentemente apontados como inimigos dos conteúdos longos, mas isso não é totalmente verdade. Plataformas como o YouTube e o Facebook priorizam o tempo de permanência do usuário. Ou seja, se um vídeo longo mantém o espectador engajado, ele será impulsionado pelo algoritmo, independentemente de sua duração.

Leia Também:  Expectativa econômica para o Comércio em 2025

 

Já no Instagram e no TikTok, onde o foco é no engajamento rápido, vídeos longos podem ser menos eficazes, a menos que sejam extremamente cativantes desde os primeiros segundos. Aqui entra a importância do *hook* aquela introdução impactante que prende a atenção do espectador e o convence a continuar assistindo.

 

Autoridade

 

Outro fator crucial é o porta-voz. Um conteúdo longo só funciona se quem o apresenta tiver credibilidade e conexão com o público. Por exemplo, um político discutindo políticas públicas complexas pode usar vídeos longos para explicar suas propostas, desde que já tenha estabelecido uma relação de confiança com seus eleitores. Caso contrário, o tiro pode sair pela culatra.

 

Um exemplo internacional é o ex-presidente Barack Obama, que utiliza vídeos longos para discutir temas como mudanças climáticas e reformas sociais. Sua autoridade e carisma permitem que ele mantenha a atenção do público mesmo em formatos mais extensos. Outro exemplo é do ex-presidente Bolsonaro e da Deputada Janaina Riva, ambos convertem muito bem seus materiais.

 

Quando o Curto é Melhor

 

É importante ressaltar que, na maioria dos casos, vídeos curtos ainda são a melhor opção. Eles são mais fáceis de consumir, compartilhar e engajar. Plataformas como o TikTok e o Instagram Reels são prova disso, com bilhões de visualizações diárias em conteúdos de menos de 60 segundos.

 

No entanto, quando o assunto exige profundidade e o público está disposto a consumir informações detalhadas, o vídeo longo pode ser uma ferramenta poderosa. A chave é saber quando e como usá-lo. Mais uma coisa que ajuda e muito, vídeo com legenda e sempre na posição vertical.

Leia Também:  Pode entrar, a escola é sua!

 

Contrapontos e Reflexões

 

É válido mencionar que nem todos os especialistas concordam com essa visão. Alguns argumentam que, em um mundo de atenção fragmentada, investir em conteúdos longos é arriscado e pouco eficiente. Um estudo da Sprout Social em 2022 mostrou que 65% dos usuários preferem conteúdos curtos e diretos, especialmente em plataformas como Twitter e Instagram.

 

Além disso, a inteligência artificial usada pelas redes sociais está cada vez mais focada em personalização. Isso significa que, mesmo que um vídeo longo seja relevante, ele pode não alcançar o público certo se o algoritmo não identificar um interesse prévio no tema.

 

Equilíbrio e Estratégia

 

Em resumo, a mensagem longa funciona, mas não é uma solução universal. Ela deve ser usada com estratégia, considerando o público-alvo, a plataforma e o momento certo. Vídeos curtos continuam sendo a melhor opção para engajamento rápido, mas quando o conteúdo é relevante e o porta-voz é convincente, um vídeo longo pode gerar um impacto profundo e duradouro.

 

Como consultor político e especialista em marketing eleitoral, recomendo que políticos e marcas invistam em uma abordagem equilibrada, combinando conteúdos curtos para engajamento inicial e conteúdos longos para aprofundar a conexão com o público. Afinal, nas redes sociais, como na política, a chave do sucesso está em saber adaptar a mensagem ao contexto e ao público.

 

Cláudio Cordeiro é consultor político, especialista em marketing eleitoral e CEO da Agência Gonçalves Cordeiro. Jornalista e Advogado. Com mais de 30 anos de experiência, já auxiliou inúmeros candidatos e marcas a conquistarem seu espaço no cenário digital.

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

GRANDE CUIABÁ

MATO GROSSO

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA